Como Escolhi Minhas Sapatilhas Gaynor Minden

Desde os meus primeiros momentos no ballet, até quando eu nem usava pontas ainda, já ouvia falar dessa tal de Gaynor Minden que todo mundo sonha, que todo mundo quer...

E agora, finalmente consegui comprar a minha Gaynor, e descobri que, essa não é uma tarefa muito fácil, principalmente se você não puder ir até a loja oficial em Nova York para fazer seu fitting.

Assim, hoje vou deixar algumas dicas de como fiz para escolher a minha ponta, e como acabei fazendo a escolha certa mesmo sem ajuda.

Atualmente eu usava a Toshie da Só Dança, e sinceramente achava ela muito boa, era a minha terceira Toshie e ela sempre me deu muito eixo, mas como faço pontas toda segunda quarta e sexta, a coitadinha não estava aguentando tanto ensaio, e ficando velha e torta muito rápido, questão de três ou quatro meses, isso mesmo eu tendo pé fraco e pouco colo de pé. Ás vezes ela nem ficava muito quebrada, mas acabava perdendo o eixo rápido demais, e eu ficava morrendo de medo de virar os pés.

Assim, quando surgiu a oportunidade, adquiri a Gaynor Minden mais pela questão da durabilidade, além de claro, aproveitar a questão do conforto.

Vou explicar cada ponto do número da minha Gaynor e como cheguei à escolha. O número dela é:

11M 4-522-22

Sendo que 11 é o número, M é a largura da sapatilha, 4 é a largura do box, 522 é a dureza, 2 é a altura da gáspea e 2 é a altura do calcanhar.

O primeiro problema que eu tive foi na questão da numeração. Não sabiam me informar qual número era melhor pra mim, então tive que me virar nos 30 para descobrir.

Encontrei uma tabela de conversão de numerações do Brasil para os Estados Unidos, e me baseei nela para ter uma ideia de qual pedir. A tabela era assim:

Tomem cuidado ao usar esta tabela, lembrem-se que eu não sou nenhuma profissional da Gaynor e fiz apenas uma base que pra mim deu certo, mas ao utilizá-la, procurem também mais informações para ter certeza.

No meu caso, meu número em calçados de rua como tênis e sandálias é 39 (pézão mesmo hahaha), então a Capézio me serve o número 41 de ponta e a Só Dança me serve o número 41,5. Como minha última ponta era Toshie, resolvi me basear por ela. O número 41,5 equivaleria ao número 11 de Gaynor, então foi este número que escolhi.

Lembrando que a Gaynor não necessita exatamente de ponteira pois o box dela é meio acolchoado por dentro, mas eu não abro mão das minhas de silicone, então o número escolhido influiu na minha escolha de usar ponteiras, assim, se você não usa ponteiras ou usa ponteiras de pano que são mais finas, eu recomendo que diminua pelo menos meio número do seu fitting. Por exemplo, no meu caso, se eu usasse ponteiras de pano ou não usasse ponteiras, o ideal seria a Gaynor número 10,5.

Primeiro ponto decidido, fui ao segundo item da numeração, a largura da sapatilha, o Width. A marca conta com três opções, Narrow que é a sapatilha mais afilada, Medium que é a de largura normal e Wide que é a mais larga. Eu optei pela M pois não tenho o pé largo nem fino, então ficou bom pra mim.

Depois chegou a vez do box. A largura do box é importante, pois, diferente das pontas comuns, pisar no box não vai ajudar a moldá-lo, já que o material da Gaynor é diferente e não se molda com tanta facilidade assim. No site oficial da marca eu havia encontrado apenas as opções #2, #3 e #4, então pedi o 4 acreditando ser o mais largo, já que tenho a parte dos dedos mais larga. Porém depois descobri que sob encomenda também existe o tamanho #5 de box, então, se você tiver o pé bem largo, opte pelo #5.

O #4 me coube certo, mas acho que talvez o #5 ficasse mais confortável... da próxima vez vou tentar comprar o #5 pra saber se ficaria mesmo melhor.

Depois de decidido o box, fui para a dureza da sapatilha. Cada Gaynor vem em uma cor de saquinho diferente, e cada cor significa uma dureza diferente. Para quem tem pés muito destruidores  eu recomendo a da sacolinha verde, é a mais dura de todas.

Verde: Hard (mais dura)
Amarela: Extraflex (entre dura e média, para quem tem pés mais ou menos fortes)
Pink: Supple (para pés com força normal)
Azul: Feather (flexível mas ainda com uma certa resistência)
Vermelha: Pianissimo (mais mole de todas, super flexível para quem não tem nenhuma força no pé)

Acabei me arriscando por comprar a da sacola verde, mais dura de todas... não sabia que tinha pés fortes e fiquei surpresa de estar conseguindo usar normalmente.

Os códigos equivalentes à cada dureza são:

Hard: 522
Extraflex:121
Supple: 221
Feather: 421
Pianissimo: 721

Depois disso, fui para a altura da gáspea e do calcanhar. Como tenho pouco colo de pé o ideal para mim são as gáspeas baixas que me ajudam a mandar o pouco colo para frente e curvar a sapatilha. Mas como tenho dedos normais, nem compridos nem curtos, achei que o melhor seria optar pela gáspea mediana.

A marca conta com as gáspeas (Vamp) nos tamanhos Regular (1), Deep (2) e Sleek (3). Eu escolhi a 2.

Depois já segui para o calcanhar (Heel). As opções eram Regular(1), High (2) ou Sleek (3). Eu optei também pela 2.

Assim, finalmente consegui completar meu fitting e pedi minhas sapatilhas.

É importante lembrar que elas não vem com fitas e elásticos, você deve comprar à parte, ou pode usar aquelas fitas velhinhas da sapatilha de ponta velha, basta lavá-las e secar ao sol que ficarão novinhas em folha (foi isso que fiz na minha haha).

O fitting da sua Gaynor deve ser perfeito, pois como sempre é importante dizermos, a Gaynor possui um cetim diferenciado que não laceia com o tempo, e sua palmilha e box não são feitos de papelão, papel e madeira como as pontas comuns, e sim com um material chamado Elastômero, que nunca quebra, assim, ela não vai se ajustar facilmente aos seus pés como acontece com as outras pontas.

Caso precise fazer um pequeno ajuste em sua Gaynor por não estar conseguindo curvá-la da maneira correta, ou caso ela esteja mole demais pra você, basta dobrar a sapatilha na posição desejada para curvá-la, ou esticá-la sobre uma superfície reta para endurecê-la, e aquecer a parte moldada com um secador de cabelos. Aqueça por dentro e por fora da sapatilha e o material se moldará.

O Elastômero trabalha com o molde térmico, mas o calor do corpo da bailarina não é suficiente para fazer esse molde, assim, o secador faz este trabalho com maestria.

Além disso, com este material interno na Gaynor, por ser como uma espécie de plástico, a sapatilha pode ser lavada sem perigo de estragar.

Seus ruídos também são mínimos e ela é muito confortável por calçar o pé como uma extensão perfeita.

Eu usei a minha somente uma vez por enquanto, mas já estou ansiosa para usar de novo. Fiz quase duas horas de aula de ponta e depois ensaiei minhas duas variações por duas vezes cada, e ao fim da aula era como se tivesse feito apenas uns dez minutos de ponta, aquela mínima dorzinha no pé que durante a aula nem senti.

Se puderem, recomendo muito a Gaynor Minden. Apesar de estar custando os olhos da cara no Brasil, você pode optar por importar direto do site oficial da marca, fica um pouco mais em conta:

SITE OFICIAL DA GAYNOR

E se você tem um pé destruidor, é só comparar, se a cada três meses você gasta uma sapatilha que em média custa de R$80 até uns R$150, comprar a Gaynor que pode durar até mais de dois anos é um ótimo custo benefício.

E vocês, já usaram a Gaynor? Ficou ainda alguma dúvida? Deixem nos comentários :)

Beijinhos com Glitter!