06/08/2017

Limites

Eu trabalhei numa escola por algum tempo, e depois saí de lá por alguns motivos que não vem ao caso abrir aqui.

Porém, logo depois encontrei algumas crianças na rua, implorando que eu voltasse. Me disseram que a professora nova estava forçando demais os exercícios e fazendo algumas meninas chorar.

Então, eu parei pra pensar em quantas vezes isso deve acontecer, em vários lugares.

Será hipócrita aquele professor que disser que não gostaria de ter alunos e alunas rasgadíssimos, que tem facilidade nos exercícios, mas... que preço seus alunos estão pagando por isso?

É claro que desejamos que nossos alunos ganhem essa flexibilidade, até por quê, é algo necessário dentro do ballet clássico. Mas, antes de qualquer coisa, devemos pensar muito bem em um aspecto chamado LIMITE!!!

Eu acredito que tudo pode ser ganho gradualmente, e nenhum exercício dentro do ballet clássico, será conseguido de um dia para o outro. Infelizmente, nem todos pensam assim, e querem que seus alunos ganhem tudo de uma vez, forçando aberturas, sapinhos e outras coisas além do que eles aguentam.

Uma vez, debatendo sobre isso, uma pessoa me disse: "Ah, minha professora de ballet era muito rígida, ela forçava a gente muito além do que a gente aguentava, fazia a gente chorar, mas a flexibilidade que eu tenho hoje, eu agradeço a ela".

Ok, cada um pensa como quiser. Mas eu não acredito que deva ser dessa forma!!! Principalmente quando se trata de crianças.

O corpo é uma coisa única, e dependendo da forma que ele é trabalhado, pode agravar sequelas para o resto da vida. Uma vez que uma criança chora com dores em um exercício forçado além do limite, é claro que ganhará mais flexibilidade, mas já pensou em como os joelhos, pés, coluna, vértebras e articulações dessa criança estão recebendo essa informação? Ou ainda pior, já pensou em como o próprio músculo que está sendo trabalhado está recebendo essa informação? A dor é sinal de que o músculo chegou ao seu limite e está se contraindo para se proteger. Continuar forçando pode simplesmente resultar em um sério rompimento.

Daí, o que seria melhor? Trabalhar gradualmente com cada um, respeitando os limites, e obtendo resultados saudáveis? Ou obter resultados rápidos porém arriscados?

Acho que nem preciso responder. Se esses alunos fossem meus filhos, eu não aceitaria esse tipo de trabalho grosseiro. Mas, enquanto eu sou simplesmente uma reles mortal, tento deixar aqui meu desabafo, e peço gentilmente para que os professores que lerem esse post, tenham juízo! Sejam cuidadosos com seus alunos, criança ou adulto. Um corpo lesionado nunca mais será o mesmo, pense nisso! Respeite os limites, tenha paciencia, trabalhe com consciência.

Beijos com Glitter!!!



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